Tempo seco reduz a oferta de boi e acreano paga mais caro pela carne

“Mesmo com a alta, o acreano continua a ter a carne mais barata do Brasil”, diz o secretário Pecuária e Agricultura. Em comparação com São Paulo, a carne do Acre chega a ser 20% mais barata
Fabio Pontes, do jornal A GAZETA
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Rebanho de qualidade faz com que o maior consumidor da carne do Acre seja o sul e o sudeste do País (Foto: Arquivo/A Gazeta)
O tempo seco do ‘verão amazônico’, que afeta as áreas de pastagens, reduziu nos últimos meses a oferta de bois prontos para o abate pelos frigoríficos instalados no Estado. O resultado disso tem sido uma carne mais cara na mesa do consumidor acreano, acostumado a pagar pouco por um dos seus alimentos preferidos, que é a carne vermelha.

“Mesmo com a alta, o acreano continua a ter a carne mais barata do Brasil”, diz o secretário Mauro Ribeiro (Pecuária e Agricultura). Em comparação com São Paulo, a carne do Acre chega a ser 20% mais barata. Enquanto que no Estado paulista o preço da arroba está em torno de R$ 117, no Acre os pecuaristas vendem a arroba por R$ 88.

Outro fator que tem influenciado o aumento no quilo da carne é o potencial da pecuária local. Hoje, cerca de 85% de toda a produção da carne acreana é exportada para outros mercados, entre eles São Paulo e Rio Grande do Sul, estados tradicionais na pecuá-ria de corte.

A produção de carne tem passado por dificuldades não só no Acre. Mato Grosso do Sul, que tem um dos maiores rebanho bovinos do país, também enfrenta crise por conta da falta de chuvas. Os reflexos da influência do clima na pecuária estão nos últimos números do Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Getúlio Vargas.

Os dados mostram que a carne bovina está, em média, 4,98% mais cara. Segundo Mauro Ribeiro, a situação tende a se normalizar com a chegada das primeiras chuvas do ‘inverno amazônico’, o que acaba por devolver o verde dos pastos. A principal diferença da pecuária acreana para a do resto do país está, justamente, no sistema de engorda dos animais, que tem como base principal o próprio pasto.

O sistema tem garantido carne mais saborosa para os consumidores acreanos, que por ano chegam a comer quase 40 quilos, conforme estimativas da Faeac (Federação da Agricultura e Pecuária). Com rebanho que ultrapassa os dois milhões de cabeça de gado, a pecuária do Acre, diz o secretário, tende a despontar como uma das melhores do país.

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