Os índios da etnia apurinã bloquearam a BR-317 na altura do km 70, no sentido Boca do Acre(AM)-Rio Branco(AC). Os indígenas protestam aos acordos firmados em 2009 e não cumpridos por parte do governo do estado do Amazonas. A manifestação, que dura três dias, não tem previsão para terminar.Os protestantes garantem a liberação da estrada somente se o governador Eduardo Braga comparecer ao local e garantir melhorias na região, mas Braga entregou o cargo ontem (31), para concorrer ao Senado pelo PMDB. No entanto, todos os políticos do Amazonas estão concentrados em Manaus, nos eventos de despedida. Quem assumiu a pasta governamental foi o vice-governador Omar Aziz, que ainda não se pronunciou sobre a manifestação dos indígenas.De acordo com relatos de taxistas, que fazem o translado de passageiros para Boca do Acre, os indígenas utilizam madeiras e troncos de castanheira para impedir os veículos de ultrapassarem a barreira. Eles negam que os manifestantes estejam armados, mas afirmam que estão consumindo bebidas alcoólicas.Segundo eles, na terça-feira (30) a manifestação estava sendo concentrada por trinta pessoas, mas foram informados que outros indígenas estão se deslocando para o local a fim de fortalecer o ato público.O fechamento da estrada já estava previsto. Em 2009, uma audiência pública designada especialmente aos indígenas com representantes do governo amazonense, deixou explícito que haveria uma compensação financeira por conta das obras da estrada passar por dentro da reserva indígena, que tem 20 quilômetros de extensão. Além disso, os indígenas exigem caminhão para transporte, energia e escola para manter a tradição. (Ana Paula Batalha)PrejuízoO fechamento da estrada, segundo o inspetor Silveira, da Polícia Rodoviária Federal/AC, não trará prejuízos ao comércio acreano. Além do mais, acrescenta ele, os policiais estão voltados para a Operação Semana Santa que iniciou nesta quarta-feira e irá até domingo, dia 4. “Ficamos sabendo que a PRF/AM está informada sobre o caso. A situação não é requerendo polícia e, sim, posicionamento da Funai e do governo do Amazonas. O comércio local não sofrerá dificuldade com o bloqueio, pois os produtos utilizados para a Semana Santa, já foram pedidos pelos comerciantes, principalmente, os peixes”, disse Silveira.Silveira orienta as pessoas que evitem passar pela manifestação. “O melhor é não viajar para essa localidade para evitar retorno e problemas”, ressalta. (Ana Paula Batalha)