Sem público nas sessões, vereadores de Mâncio Lima resolvem sair ao encontro da população


A primeira sessão itinerante aconteceu quinta-feira, 24 de setembro, na Escola de ensino médio Antônio de Oliveira Dantas. Os problemas da população na voz de alunos e professores. Vereadores sabatinados, tom das perguntas: Cadê o que você prometeu?
Sem público no plenário da Câmara de Vereadores para assistir as sessões, os vereadores de Mâncio Lima decidiram levar as sessões até a população. Na tribuna improvisada no auditório da escola, às condições do transporte coletivo intermunicipal feito pela Empresa Real Norte foi o tema em destaque. Alunos e professores cobraram providência dos vereadores e do diretor da empresa que se fez presente na sessão para responder os questionamentos e falar das metas da empresa para melhorar a qualidade no serviço.
Geissa Siméria, estudante do 3º ano que representou os alunos na tribuna, levantou uma questão séria, médicos sem registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) trabalhando na cidade. "Os pedidos de exames não tem valor. Porque não contratam médicos com tal registro? pergunta a estudante, exigindo uma maior atuação dos vereadores nas questões de interesse da população.
Os alunos também pediram a intervenção dos vereadores junto às autoridades de segurança pública, nas questões que envolvem poluição sonora. Para Sônia Meneses, estudante do primeiro ano, o exemplo deve começar de casa, e avalia. "Dentro da própria escola está existindo muita poluição sonora". O diretor da instituição de ensino, José Fernandes, destacou a contribuição que a sessão teve no aprendizado dos alunos que não conheciam como funcionam as atividades do executivo municipal.
A presidente da Câmara de Vereadores de Mâncio Lima, Regina de Souza Melo, disse que as sessões itinerantes já faziam parte dos planos da gestão anterior da Câmara, mas só agora foram colocadas em prática. Nas próximas semanas, as sessões serão realizadas em comunidades rurais de Mâncio Lima, como nos rios Môa e Azul

Militantes do PCdoB resgatam balsa à deriva no Purus para chegar à capital


Comunistas mostram que têm força política e física, quando necessário.
Para chegar à Conferência Estadual do PCdoB que começou neste sábado, vale qualquer sacrifício. Cerca de 60 militantes da União da Juventude Socialista de Tarauacá, Feijó e Rodrigues Alves tiveram que puxar a balsa sobre o rio Purus transportando dois ônibus na tarde de sexta-feira. Segundo os militantes, o motor do rebocador da balsa deu pane e ela desceu à deriva. Por sorte encalhou num banco de areia. Foi rebocada por 25 homens, sob a torcida das meninas, contou Janaina Acioli, 18 anos, de Tarauacá.
A UJS, braço jovem dos comunistas, tem 6,5 mil filiados no Acre, segundo a presidente estadual, Bárbara Ranieri, 24 anos, aluna da Ufac. Destes, 200 delegados estão participando da Conferência fazendo a diferença do PCdoB segundo até petistas de calibre como o ex-governador Jorge Viana e o atual, Binho Marques, que participaram da abertura do evento neste sábado.

Crise da AME pode derrubar até vereador Vieira




A eleição do Sargento Vieira como vereador por um pequeno partido, PSH deu a Associação dos Militares do Acre uma projeção jamais imaginada. Militares que até então eram desprezados e mal tratados nas relações com o governo e pelo próprio comando da Polícia Militar, passaram a ser respeitados e ter, de fato, representatividade. O "boom" foi o movimento salarial dos militares que culminou com a prisão do major Werles Rocha e seu lançamento como pré-candidato a deputado estadual diante de todo clima de sentimentalismo criado em torno daquele que representou uma nova liderança sindical do Acre. Mas a inveja logo contaminou o ambiente que parecia próspero. Incomodado com tamanho crescimento, a primeira medida do presidente da AME, Natalício Braga, foi afastar Rocha da vice-presidência do sindicato sob a alegação de que o Major era queimado com o governo e atrapalhava nas negociações salariais. "Para não prejudicar a tropa eu me afastei, fui ser membro do Conselho Deliberativo", disse Rocha tentando amenizar a crise que a associação vive.
Mas diante da mudança de postura de Natalício que estaria até se encontrando as escondidas com lideranças do PCdoB, manifestando-se contra um projeto criado a partir da eleição do vereador Vieira, militares desconfiados com a atitude do presidente ficaram de orelha em pé e a primeira ordem era fazer uma rígida fiscalização para saber como andava as Ações da AME, que nos últimos dias tinha deixado de defender interesses básicos dos militares. E nem precisou uma auditoria para os membros do Conselho descobrirem um verdadeiro rombo.
Além da denúncia de desvio de combustível, o presidente da Associação de Militares do Acre, ainda vai ter que explicar para onde foram os recursos de assessoria nomeadas pelo vereador Vieira que deveriam estar depositados em um fundo de saúde, que deveriam estar depositados em uma conta específica destinada a assistência social dos associados.
Há ainda suspeitas de que Braga tenha contraído empréstimos através das assessorias, já que segundo membros do Conselho Deliberativo, elas teriam nomeado seus parentes para facilitar o controle administrativo das contas. Esses empréstimos teriam ajudado o presidente da associação comprar um veículo tipo Caçamba, no nome de um dos irmãos. Essa caçamba, segundo denuncias, esta alugada para o Deracre. "Isso mostra claramente o atrelamento de um representante da categoria com o governo e explica o insucesso nas negociações", acrescentou Rocha.

Nervosismo e descontrole marcou reunião de "lavagem de roupa suja"
A portas fechadas e sem a presença da imprensa, foi realizada a reunião convocada as pressas por Braga, que acuado diante das denúncias, tentou se explicar para a categoria. Tentou, mas não convenceu. Para o Coronel Nilson, por exemplo, "é preciso dar o prazo de defesa e direito de contraditório, mas depois disso o remédio é afastamento", opinou.
A reunião tumultuada só serviu para revelar mais indícios de irregularidades. "O Braga já deveria ter saído há tempos", disse um soldado que preferiu não se identificar.
Após notificado, o Conselho Deliberativo determinou o prazo de 10 dias [que vence na próxima terça, 29] para que o presidente apresente por escrito, o relatório detalhado com as despesas que precisa comprovar. Ao todo, são mais de R$ 70.000,00 gastos com cartão corporativo, cheques, assessorias e outras serviços de rotina na Associação.
Após a Assembléia que terminou com os associados abandonando a reunião, Braga disse que está sendo perseguido pelo Major Rocha "e um poderoso esquema visando as eleições de 2010 que vai passar por cima de tudo e de todos". Ele negou as acusações. Com relação as assessorias, Braga disse que o único que poderia falar era o vereador Vieira.
O Major Rocha disse que a briga se deu em função das irregularidades que precisam ser esclarecidas. "Não deu pra conviver com toda essa corrupção, em nome da categoria precisamos moralizar essa situação", disse o Major.
O vereador Vieira não quis falar sobre as assessorias. Saindo rapidamente do local da reunião, o militar disse que "elas são legais". Para analistas políticos caso se confirmem o rumo ignorado dos recursos pagos pela verba de gabinete do vereador, este poderia sofrer processo por quebra de decoro parlamentar.
Jairo Carioca - Da redação de ac24horas