Mais de 500 anos depois da chegada de Cabral, um índio aterroriza o sul da Bahia. Ele é o Cacique Babau. Invade fazendas para conseguir a demarcação d

O Lampião tupinambá
O riso é estridente, quase debochado. Enquanto ri, Rosivaldo Ferreira da Silva, de 35 anos, chacoalha todo o corpo, a fileira de dentes de boi que carrega no pescoço e o cocar de penas na cabeça. A irreverência e a simpatia contrastam com a descrição feita pela Polícia Federal das ações e do caráter de Rosivaldo, ou Cacique Babau, como ele é conhecido no sul da Bahia. Sobre a mesa do delegado federal Cristiano Barbosa, a pasta intitulada Dossiê Cacique Babau dá a dimensão das façanhas atribuídas a Rosivaldo. São ao menos dez inquéritos, em cerca de 500 páginas, que incluem acusações de sequestro, furto, invasão de propriedade privada, incêndio criminoso, porte ilegal de armas, ameaça, formação de quadrilha.
Babau é um dos líderes do grupo de 3 mil pessoas que se autointitulam tupinambás, os primeiros índios com quem Pedro Álvares Cabral travou contato ao desembarcar em terras brasileiras. Desde 2004, ele e seu bando já invadiram 20 fazendas na região da Serra do Padeiro, localizada entre os municípios baianos de Ilhéus, Buerarema e Una. De acordo com a Polícia Federal, os índios usam armas e recorrem à violência em suas invasões. Nos últimos cinco anos, Babau passou a ser considerado por autoridades locais um inimigo público no sul da Bahia.
Babau dá risada quando confrontado com sua ficha policial. Nega que ande armado ou promova a violência, mas se deleita ao lembrar que os tupinambás ficaram conhecidos como um povo guerreiro e canibal. “De vez em quando a Polícia Federal vem aqui buscar um cadáver. Não encontra nada, só a gente comendo carne assada. Mas é carne de animal. Nossos antepassados faziam prisioneiros para virar almoço. É por isso que eu não sequestro ninguém. Se sequestrar, a gente vai ter de comer”, afirma Babau, às gargalhadas.
Por sua ótica, as invasões são “retomadas” de áreas que eram terras dos indíos até 1500 e foram usurpadas pelos brancos ao longo da história do Brasil. Para seus seguidores, estudiosos, autoridades e até mesmo rivais, Babau é uma espécie de versão cabocla de Lampião, o histórico chefe do cangaço. No sul da Bahia, diz-se que a cabeça de Babau valeria R$ 30 mil.
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal tentou prender Babau. Escalou 120 homens, munidos de balas de borracha e gás lacrimogêneo. Foi recebida a pedradas. No fim da operação, a PF não prendeu o cacique e ficou encurralada na mata. A mando de Babau, os índios bloquearam as estradas de terra com troncos de árvore. “Nós chegamos à tribo ostensivamente armados, e o Babau nos enfrenta”, diz, abismado, o delegado da Polícia Federal Cristiano Barbosa. Em junho, em outra operação, policiais federais foram acusados de torturar quatro índios do grupo de Babau. O inquérito, conduzido pelo delegado Barbosa, concluiu que os policiais não cometeram crime.
Boa parte dos índios atribui às ações de Babau a finalização, em abril, do relatório da Fundação Nacional do Índio(Funai) que dá aos tupinambás um território de 47.376 hectares. A área se estende da Serra do Padeiro ao litoral baiano e inclui centenas de fazendas, hotéis, cemitério, além de quase metade da Vila de Olivença, uma das primeiras concentrações urbanas do Brasil, em Ilhéus. Se for homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que pode acontecer em alguns meses, a reserva indígena dos tupinambás será 43% maior do que a cidade de Belo Horizonte

Corpo do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta é enterrado


O corpo do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) foi enterrado por volta das 17h30 deste sábado (21) no cemitério Getsêmani, na capital paulista.

Pitta morreu às 23h50 de sexta-feira (20), no Hospital Sírio-Libanês em decorrência de um câncer disseminado no intestino.

O corpo do ex-prefeito foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo até 16h15. Dois filhos de Pitta, Roberta e Vítor, chegaram à Assembleia por volta de 15h45 e acompanharam o fim do velório. Eles também compareceram à rápida cerimônia do enterro.

A mãe do ex-prefeito, Zuleica Pitta, de 89 anos, a mulher, Rony Golabek, e uma sobrinha também acompanham o velório. A ex-mulher de Pitta, Nicéia, não compareceu ao velório ou ao enterro.

Polícia Federal prende foragido acusado de matar PM na Capital

agentes da Polícia Federal prenderam dois suspeitos de terem matado o policial militar Edvânio da Silva Figueiredo, morto com dois tiros quando tentava impedir um assalto na Capital no início do mês, onde trabalhava de segurança em horários de folga.O principal acusado, Gilssem Berg, estava na companhia de um menor de idade, os dois foram detidos quando entravam pela tranca que faz divisa entre às cidades de Epitaciolândia e Cobija. Os dois foram levados para a sede da delegacia da polícia federal em Epitaciolândia onde foi montado uma ‘blindagem’ por medida de segurança. Segundo informações, estaria previsto entre às 19 e 20h00, a transferência dos dois suspeitos para Rio Branco, capital do Acre, distante cerca de 245 km da fronteira, com um forte esquema de segurança da Polícia Federal.