JULGAMENTO HILDEBRANDO

A disputa pelas 64 vagas destinadas à comunidade para assistir ao julgamento do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal e outros três acusados pelo assassinato (1996) do mecânico Agilson Firmino dos Santos, o "Baiano", já começou. Pessoas de todo o lugar do país estão procurado a Secretaria do Tribunal do Júri, localizada no Fórum Barão do Rio Branco para garantir participação no julgamento, agendado para o dia 21 de setembro.
O Tribunal do Júri de Rio Branco tem capacidade para abrigar 180 pessoas sentadas. Além das 64 vagas destinadas a comunidade, também serão definidas cotas de participação para os familiares dos acusados e da vítima e jornalistas. No caso da imprensa, o credenciamento será realizado pela Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça.
Segundo informações colhidas junto a Secretaria do Tribunal do Júri Popular, qualquer pessoa pode se inscrever para participar do julgamento, mas tem que está ciente de que as 64 vagas serão preenchidas através de um sorteio, em data ainda a ser definida. Esta foi à forma encontrada pelo titular da Vara, Leandro Leri Gross, de garantir a participação justa de toda a comunidade na disputa. Até o momento não se cogita a mudança de local.
Transmissão simultânea descartada - Chegou a ser ventilada a possibilidade de ser instalado um telão, do lado de fora do Tribunal, para garantir um maior número de participantes, através da transmissão simultânea do grande júri. A idéia, porém, foi descartada pelo juiz Leandro Leri Gross.
Defesa X acusação - O Ministério Público e os advogados de defesa ainda não se manifestaram nos autos em relação à quantidade de assistentes que pretendem levar ao júri. No caso da defesa, sabe-se que serão quatro advogados, um para cada acusado, existindo a possibilidade de ser limitada a indicação de apenas um assistente para cada um deles. O MP tem mantido o sigilo em torno da sua participação, mas especula-se que quatro promotores devam ser escalados para formular a denúncia, um para cada acusado.
Fórum funcionará normalmente - O júri do "crime da motosserra" como ficou conhecido o caso está agendado para o dia 21 de setembro, uma segunda-feira. Apesar da grande concentração de pessoas no local, o expediente no Fórum Barão do Rio Branco funcionará normalmente.
Policiamento reforçado - Segundo informou a Secretaria da Vara do Tribunal do Júri, o juiz Leandro Leri Gross já oficiou o comando da Polícia Militar do Acre para preparar o esquema de segurança necessário a um júri deste porte. A previsão é de que todas as ruas que dão acesso ao Fórum sejam bloqueadas no dia do julgamento. A Polícia Federal também já teria se colocado a disposição para ajudar no que for necessário.
Defesa diz que não vai aceita excessos - Sanderson Moura, advogado de defesa do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, já antecipou que não vai aceitar excessos no tratamento dispensado a seu cliente durante o julgamento. "O Hildebrando já comprovou que não oferece risco durante o julgamento, por isso não vamos aceitar possíveis excessos que venham a ser cometidos, principalmente no tocante a segurança", avisou.
Dulcineia Azevedo, redação ac24horas

Choque frontal na BR-364 deixa um morto e outro ferido


O cidadão Clério Augusto de Jesus, 41, foi vítima fatal de um acidente de trânsito no início da noite desta quinta-feira, 27.
Ele conduzia um Fiat NBX 7412, sentido Bujari/Rio Branco. No sentido inverso trafegava o motociclista Francisco Aloísio Pinheiro da Silva 32, conduzindo a moto XLR de placas MZP 3860.
Ainda não foi esclarecido a causa do acidente, mas especula-se que um dos condutores teria tentado desviar um buraco na pista e não conseguiu evitar a colisão frontal.
O condutor da moto foi jogado à distância e milagrosamente conseguiu se salvar. Já o veiculo saiu da estrada em sucessivas capotadas matando seu condutor.
Com fotos e informações de Gleyciano Rodrigues

Arquilau, um juiz de causas nobres


O assunto mais comentado da semana foi o voto de desempate do desembargador Arquilau de Castro Melo em favor da cassação dos mandatos do prefeito e vice de Sena Madureira, Nilson Areal e Jairo Cassiano. Para muito os votos favoráveis as perdas dos mandatos dos dois políticos do Iaco seriam apenas um jogo de cena do Justiça Eleitoral do Acre e que no final Nilson permaneceria prefeito por força da influência da Frente Popular do Acre no judiciário acreano.
Mas se enganou quem apostou nisso e por 4 votos a 3 caiu o prefeito de grande prestígio da aliança, com o voto de minerva de Arquilau de Castro Melo, que considerou suficiente as provas apresentadas no processo.
"A sentença da juíza [Thaís Borges ] eleitoral de primeira instância foi muito minuciosa, ela analisou cada detalhe e eu acho que se saiu muito bem. Li os autos do processo e estou convencido que realmente houve a captação ilícita de sufrágio, por isso voto pela cassação dos mandatos e anulação dos votos do prefeito e vice de Sena Madureira", salientou o presidente do TRE do Acre, na justificativa do seu voto de desempate.
Antes da sessão, nos bastidores as conversas eram de que Arquilau de Castro Melo não suportaria a pressão de políticos e votaria pela permanência de Nilson Areal, mesmo com decisão contraria da juíza Thaís Borges que decidiu pelo afastamento do prefeito, em junho deste ano.
- O senhor foi muito pressionado para votar favorável a permanência do prefeito?, perguntou um repórter ao desembargador Arquilau de Castro Melo. A resposta foi singela, assim como ele é:
- É claro que num processo desses existem muitas pessoas envolvidas e cada um advoga no seu interesse. Recebi muitas pessoas, ouvi todas elas, mas isso não significa dizer que é uma pressão para que eu vote de acordo com interesses de quem conversou comigo. Votei pela minha consciência, com as provas dos autos. Um juiz tem que ter caráter, não se pode deixar levar por esse ou aquele interesse. Eu sou juiz para proporcionar justiça, e isso é o que interessa.
Ao ser questionado se tinha sido procurado por algum político influente para declinar voto em favor de Areal o desembargador deu como resposta uma boa risada.
Sobre seu ponto de vista com relação ao prefeito Nilson Areal o desembargador foi claro:
- Não sou contra nem a favor de Nilson Areal. Sou pela legalidade, pelo voto livre e pela justiça. Meu voto foi baseado em dados concretos, em provas e não no que ele representa para a comunidade ou grupos políticos. Assim eu votei e assim votarei em todas as vezes que for necessário, concluiu.
Para a sociedade o voto de Arquilau de Castro Melo foi de qualidade e serviu para resgatar a credibilidade da justiça acreana, que tem sido muito questionada em suas decisões. O voto de Arquilau servirá como esperança para aqueles que anseiam por justiça. Agora, antes de emitir qualquer juízo sobre esse ou aquele voto de um magistrado, é bom não esquecer o que disse Arquilau: "Um juiz tem que ter caráter; Eu sou juiz para proporcionar justiça..."
Roberto Vaz - da redação ac24horas