Pesquisador ensina fabricação de novos derivados da mandioca no Juruá


O engenheiro agrônomo Joselito Motta, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura da Bahia, que se especializou em estudos sobre o uso da mandioca, veio à Cruzeiro do Sul atendendo convite do deputado federal Fernando Melo (PT), para passar conhecimentos a produtores e técnicos ligados a produção rural, sobre como fabricar novos produtos derivados da mandioca.

Uma das principais novidades é o beiju com sabor de frutas e hortaliças. O beiju que tradicionalmente é feito com a goma umedecida pela água, segundo o pesquisador, passa a ter sabor de frutas quando é hidratado com suco de fruta ou extrato de hortaliça. "Assim os beijus passam a ter cor, cheiro e sabor, além de agregar um valor nutritivo. Esse caminho pode permear os produtores organizados que poderão fornecer esses produtos pra merenda escolar, auxiliando na educação das nossas crianças e substituindo às vezes produtos que são alheios ao gosto delas, por serem industrializados" comenta Joseito Motta.

Amostras de beijus com sabor de cebola e goiaba foram trazidas pelo pesquisador de Cruz das Almas estado da Bahia. No Juruá ele sujeriu a fabricação de bejus com sabor de castanha, cupuaçu e açaí frutas encontradas com facilidade na região.

Uma outra novidade trazida pelo pesquisador é o suco de macacheira cozida, que seria uma porção de massa do produto batida no liquidificador com suco de limão, água e açucar, além do gelo. "Você tem então um suco com um produto nosso e muito nutritivo, é uma opção que pode em algumas escolas onde se utiliza substituir o refrigerante," sugere o pesquisador.
PF prende fazendeiro por
destruição de floresta



Policiais federais lotados na Superintendência Regional no Estado do Acre prenderam na última quinta-feira, 31, em Rio Branco, o fazendeiro Tárcio Juliano de Souza, 31 anos, em razão da decretação de sua prisão preventiva pelo Juiz Federal da 2ª Vara da Seção Judiciária do Amazonas.

Tárcio foi interrogado e indiciado pelos crimes de redução a condição análoga à de escravo, aliciamento de trabalhadores, perigo para a vida ou saúde de outrem e destruição de floresta considerada de preservação permanente. Somadas, as penas podem chegar a 15 anos de prisão.
Ele é apontado como sendo o responsável pelo desmate de 813 hectares de floresta amazônica na área rural do município de Lábrea/AM. Para tanto, teria arregimentado trabalhadores em Rio Branco, os quais eram levados ao local de trabalho em condições precárias e lá mantidos em situação de extrema degradação humana.

Tárcio foi encaminhado para o presídio Francisco de Oliveira Conde e lá permanecerá à disposição da Justiça Federal.

Segundo investigações da Polícia Federal, o fazendeiro e empresário preso é o possível responsável e dono do material apreendido, no início de abril deste ano, para apoio ao desmatamento de aproximadamente 5 mil hectares de floresta em áreas da união que seriam derrubadas na região sul do estado do Amazonas, para formação de pasto e criação de gado.

Nesta operação de combate ao desmatamento ilegal realizada pelo Ibama, com o apoio da Polícia Federal e Ministério do Trabalho se concentrou nos municípios de Boca do Acre e Lábrea, foram apreendidos no meio da mata, mais de nove mil litros de gasolina, quatro mil litros de óleo queimado, 40 caixas com mais de mil correntes para motosserra, cinco toneladas de alimentos, oito burros, dois cavalos, uma camionete e uma voadeira. Para retirar todo material apreendido de dentro da floresta foi necessária a intervenção do Exército Brasileiro, através do 4º Batalhão de Infantaria e Selva do Acre (4º BIS). (Assessoria PF)

Funasa supera expectativas na vacinação indígena no Alto Purus
02/08/2008

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Acre superou as expectativas para a campanha de vacinação indígena no Vale do Alto Purus, realizada de 22 de abril a 23 de maio. O levantamento da ação, concluído na semana passada, aponta que quase todas as metas pactuadas foram superadas em muito, como vem acontecendo todos os anos.

A principal meta pactuada era atingir 73 das 104 aldeias existentes na região, porém foram alcançadas 103 aldeias, 141% da meta. A campanha, lançada na aldeia Buenos Aires, em Sena Madureira, atingiu quatro municípios acreanos (Assis Brasil, Manoel Urbano, Santa Rosa e Sena Madureira) e dois amazonenses (Boca do Acre e Pauiní).

Ainda pelas metas pactuadas, de uma população 7,7 mil índios na região, 5,4 mil deveriam receber a vacinação, porém a campanha atingiu 5,8 mil (107,9% da meta). Os números são motivo de comemoração no Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus (Dsei-Arpu), da Coordenação Regional da Funasa no Acre (Core-AC).

Cerca de 160 profissionais participaram da campanha que atingiu os povos de sete etnias. Eles realizaram multivacinação para imunização contra diversas doenças, como hepatite B, febre amarela, tuberculose, tétano, difteria, coqueluche, rotavírus humano, gripe (influenza), paralisia infantil, pneumonia, rubéola e varicela, dentre outras. A campanha de vacinação específica contra rubéola, que está acontecendo em todo o país, foi realizada em conjunta com a multivacinação indígena.

De acordo com a coordenação do Dsei-Arpu, foram aplicadas quase 11,5 mil doses de 13 vacinas diferentes, sendo que dentre elas algumas para prevenir mais de uma doença (tríplice viral, tetravalente, pentavalente...). A prioridade foi atingir as crianças de zero a quatro anos de idade, mulheres em idade fértil (12 a 49 anos) e idosos (mais de 60 anos).

A campanha de vacinação indígena, que acontece anualmente, é realizada através de uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS), Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), Funasa, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), estados e municípios. A última aconteceu simultaneamente em 15 Dsei’s, em todo o país.

Segundo a coordenação da Funasa no Acre, a cada ano a campanha vem ampliando seu alcance e superando mais as metas pactuadas. O coordenador regional, José Carlos Lira, diz que o objetivo é atingir a maior cobertura vacinal possível aumentando a imunização dos povos indígenas contra várias doenças.

“Estamos contentes com esse resultado que só é possível graças à determinação do governo, à grande colaboração de nossos parceiros e à dedicação de todos os profissionais envolvidos. Trabalhamos para que cada vez mais o alcance seja maior, contribuindo assim com a melhoria da saúde indígena, redução da mortalidade infantil e, em suma, com a melhoria da qualidade de vida desses povos.”

TRABALHO ÁRDUO

Percorrer longas distâncias em áreas inóspitas, atravessando ramais ou pequenas trilhas pela floresta ou navegando vários dias pelos rios sob sol e chuva, enfrentando lama, espinhos e insetos. Assim é o trabalho da abnegada equipe de saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que conta ainda com a colaboração de parceiros.

Como as demais ações da área de saúde indígena, as campanhas de vacinação exigem grande trabalho. Envolvem um valor alto em recursos, amplo planejamento, muito treinamento, logística complicada e a abnegação dos profissionais envolvidos, que durante várias semanas percorrem todas as aldeias do Acre e Sul do Amazonas.

indígena no Alto Purus

Aldeias Existentes - 104
Meta pactuada 073
Número alcançado 103
*Percentual alcançado 141%
*Percentual a mais 041%

População - Existente 7.756
Meta pactuada 5.444
Número alcançado 5.874

*Percentual alcançado 107,9%
*Percentual a mais 7,9%
*Em relação à meta.