Pianko volta à CPI da Pedofilia disposto a “delatar nomes que armaram mentiras”

Assessor especial dos Povos Indígenas é acusado de abuso de menores índias em aldeias acreanas


Rutemberg Crispim, do Site Agazeta.net

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Francisco Pianko conversa com o secretário Estadual de Direitos Humanos, Henrique Corinto, na chegada à CPI da Pedofilia (Foto: Gleyciano Rodrigues/Agazeta.net)
O líder indígena Francisco Pianko chegou à Assembleia Legislativa do Estado do Acre disposto a se defender das acusações de crimes de pedofilia em aldeias indígenas, delatando o nome das pessoas que “tentam denegrir” a sua imagem.

Caracterizado com trajes tradicionais de sua aldeia, a dos ashanincas, o assessor especial dos Povos Indígenas, do Governo do Estado, afirmou antes de ser interrogado pelos membros da CPI da Pedofilia, que esperava apenas a conclusão das investigações para “revelar os nomes daqueles que estariam armando mentiras contra ele”.

A CPI promove mais uma audiência nesta tarde de quarta-feira, depois de um recesso de alguns meses.

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O depoimento de Pianko na CPI da Pedofilia já começou. E neste momento, o presidente da CPI, deputado Luis Tchê, faz a leitura do Termo de Compromisso que será assinado por Pianko.

Deputados Moisés Diniz (PC do B), Ney Amorin (PT), Donald Fernandes (PSDB), Antônia Sales (PMDB), Walter Prado (PDT), Luis Calixto (PSL) e Edvaldo Magalhães (PC do B) acompanham o depoimento.

Também estão presentes indígenas e familiares de Pianko.

Confira minuto a minuto o que ele está dizendo aos membros da CPI:

"Estou feliz em poder me pronunciar sobre as denúncias. Esse ataque é um ato político irrresponsável por parte de quem fez essa denúncia. Tenho o compromisso de falar exatamente aquilo que vem acontecendo. Da maneira que fizeram essas denúncias não imaginei que teriam capacidade de chegar tão longe".

"Em 2003 fui empossado secretário dos povos indígenas do Acre. Naquele momento havia um movimento indígena importante, mas dali pra frente tudo mudou. Até ali tinha vivido dois momentos importantes: Uma invasão na Funai, quando os índios queriam mudar o adminsitrator. Outro momento foi quando concorri a direção da UNI. Quando assumi o cargo de secretário já havia uma trajetória de conflitos pela minha oposição a esse movimento indígena."

"O convite para ser secretário foi pelo meu trabalho. Na época, enquanto eu, como secretário, buscava melhorias para as comunidades indígenas, alguns ficaram incomodados, pois estavam com problemas de recursos, com dívidas na UNI, de acordo com irregularidades apontadas pelo TCU. Queria, inclusive, mudar o secretário colocando o Sebastião Manchineri. Na verdade eu deixei de atender o interesse de um grupo bastante reduzido. Não atendia pedidos pessoais. O que causou revolta em algumas pessoas".

"Um grupo de pessoas que não foram atendidas como queriam, viram o Governo se relacionar com as comunidades indígenas de outra forma. Ai decidiram fazer as denúncias. Escrevi uma carta que foi divulgada na imprensa. Afirmei que teria interesse que tudo fosse esclarecido. Imagino que esse jogo, essa maneira que foi elaborada e pensanda, foi para me tornar, saísse dessa situação para que eles pudessem assumir a situação".

"Mas como não é uma política minha, pessoal, mas de Governo, o que entendi é que foi um ataque ao um jeito novo de fazer política. Quando soube, através da imprensa, que estava sendo convocado para depor, não recebi orientação para vir. Sabia que a Polícia Federal estava investigando e através do meu advogado fui informado que as investigações estavam encerrando, então, por decisão minha, achei melhor esperar mais um pouco".

"Também era um momento de eleição. Eu esperava que esse processo seria encerrado, para evitar desgaste. Essa é uma oportunidade grande de relatar a verdade. As lideranças indígenas que estão aqui tem suas comunidades e sabem que andei na maioria das terras indígenas. São pessoas que estão sempre ao meu lado, que me procuraram para manifestar apoio".

Primeira parte finalizada: agora ele responde a perguntas. Foram quase 24 minutos de fala do Pianko.

Após as primeiras declarações de Pianko, que duraram cerca de 24 minutos, iniciou a fase de perguntas. O primeiro a perguntar foi o deputado Luiz Calixto (PSL). Respondendo aos questionamento do parlamentar, Pianko disse que deixou de comparecer aos depoimentos por questões de agenda. "Sempre estive à disposição para prestar esclarecimentos", afirmou.

Sobre a demissão do esposo de Letícia Yawanawá, Antônio Apurinã, da Funai, Francisco Pianko disse que não pediu a demissão dele e que o mesmo foi demitido por problemas administrativos.

"A afirmação de falar que minha preferência sexual era com meninas de 12 ou 13 anos, isso é pura mentira. No momento em que a Polícia Federal encerrar o relatório farei acareação com qualquer pessoa. A Polícia ouviu as pessoas e tudo será esclarecido", explicou.

"Tenho segurança do que fiz e do que não fiz. O órgão que está investigando essas denúncias vai trazer a verdade dos fatos", afirma Pianko".

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