Apagão faz padarias de SP atrasarem entregas a hospitais e lanchonetes

O efeito do apagão que atingiu dez estados brasileiros e o Paraguai, nesta terça-feira (10), foi sentido por donos de lanchonetes e até por quem tinha café da manhã de negócios na manhã desta quarta-feira (11). Padarias que funcionam a todo vapor durante a madrugada para dar conta das encomendas para a manhã seguinte tiveram de interromper as atividades ou diminuir o ritmo de produção.
O blecaute começou na noite desta terça, por volta das 22h13, e, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o apagão tem relação com o "desligamento completo" da usina hidrelétrica de Itaipu. A administração da usina, por sua parte, afirmou que não houve problema de geração, mas sim em linhas de transmissão.
O gerente da padaria Vitória Régia, Giuliano Rios, conta que perdeu o equivalente a 3 mil pães durante as cinco horas em que o estabelecimento, localizado na Zona Sul de São Paulo, ficou sem energia. “O padeiro começa a preparar a massa às 20h. Às 22h, ele põe a massa para bater na máquina. Foi nessa hora que faltou energia e, como não temos gerador, perdemos toda a massa”, lamenta Rios. “Eu tive de racionar o fornecimento de pão para todas as lanchonetes”, detalha Augusto Paes, proprietário da padaria União Fialense, também na Zona Sul de São Paulo. “Além de vender a menos, tive de colocar funcionários a mais para dar conta das entregas quando a energia voltasse”, calcula Paes, que estima ter deixado de vender 500 pães por causa das quatro horas que ficou sem energia.
Padarias 24h fecham
O prejuízo nas quatro unidades da rede de padarias Dona Deôla é estimado em R$ 20 mil, por Antônio Mirandez, um dos proprietários. Três das quatro unidades funcionam 24h e, apesar de terem gerador, tiveram de fechar as portas para dar conta das encomendas – inclusive para hospitais – e também porque o gerador falhou em uma delas. “Funcionários que já tinham ido embora voltaram porque não tinham transporte para voltar para casa”, conta Mirandez. Ele diz que o prejuízo pode ser maior, pois ainda falta contabilizar o gasto com alimentos refrigerados e com transporte extra para levar matéria-prima de uma padaria para a outra. Na Galeria dos Pães, na região dos Jardins, em São Paulo, a gerência decidiu fechar o mezanino durante a madrugada e interromper o serviço de bufê porque o único gerador não tinha condições de atender à demanda. A entrada e saída de clientes também foi controlada.O gerente da casa, Renato Rinaldi, conta que a entrega das encomendas para a manhã desta quarta sofreu atrasos. Das 24 bocas de forno da padaria, apenas 10 funcionavam durante o tempo em que faltou energia na madrugada. “Ninguém pelo menos cancelou pedido, até porque não tinha para quem encomendar”, comenta Rinaldi, referindo-se ao problema gerenalizado causado pelo apagão na cidade.

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