O atestado de óbito expedido pelo IML constatou que menor de 17 anos sofreu traumatismo craniano
O adolescente A.H. da S., de 17 anos, internado na Unidade de Ressocialização para menores infratores (Pousada do Menor) teria sido espancado por outros menores internos na noite da última sexta-feira, 3. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Pronto-Socorro. Lá, o rapaz deu entrada em estado gravíssimo e morreu minutos depois, quando recebia atendimento médico no setor de traumas do Huerb. O curioso é que a referida unidade fica localizada ao lado do Juizado da Infância e Adolescência.
De acordo com informações da funcionária pública Maria Ione Alves de Holanda, 39 anos, mãe do adolescente, que mora no município de Senador Guiomard, o filho estava internado na Pousada do Menor desde o dia 13 de novembro. Ele foi encaminhado para aquela unidade após ter sido autuado por participar de um roubo de uma bicicleta e de um aparelho celular.
Por volta das 21h30 de sexta-feira, 3, Maria Ione estava em casa quando recebeu o telefonema da Pousada do Menor informando que o filho teria sofrido um ‘acidente’.
“Quando a assistente social da pousada disse que o meu filho teria sofrido um acidente, eu me prontifiquei em vir imediatamente a Rio Branco. Só que a mulher pediu que eu ficasse em casa, já que os funcionários da própria pousada haviam saído de Rio Branco para me pegar aqui”, disse Maria Ione.
A mãe do adolescente informou que foi levada direto para a Pousada do Menor e, chegando lá, foi recebida por outra assistente social. A nova moça contou que o filho teria sido socorrido por uma equipe do Samu, pois estaria se queixando de dores de estômago.
“A assistente social disse, primeiro, que era dor de estômago. Depois, afirmou que ele teria sido encontrado desmaiado. Logo em seguida, revelou que o meu filho estava morto”, contou a mãe do menor.
Atestado de óbito constata traumatismo crânio encefálico - A mãe do adolescente revelou que enquanto estava sendo levada para a Pousada do Menor e os funcionários tentavam dar explicações sobre o que teria acontecido, o corpo do filho já estaria no Instituto Médico Legal (IML).
“Eu fiquei horas ouvindo versões sobre o suposto acidente que meu filho teria sofrido. Até que finalmente resolveram contar a verdade de que meu filho estava morto. No IML, vi meu filho todo machucado, a cabeça quebrada e vários hematomas próximos às costelas. O atestado de óbito entregue pelo IML indica que a causa da morte do meu filho foi traumatismo crânio encefálico, hemorragia interna, lesão encefálica grave. Nada disso corresponde a uma dor de estômago, como foi dito a mim na Pousada do Menor”, afirmou, desesperada, a mãe da vítima de 17 anos.
A funcionária pública também disse que o filho foi condenado a 6 meses de internação com acompanhamento trimestral, por ter confessado a participação no assalto.
“Na última visita que fiz ao meu filho, ele me disse que havia aceitado Jesus e que nunca mais se envolveria em crime. Ele estava sempre triste e chorava muito, mas nunca me falou nada a respeito de ser ameaçado ou espancado. Fiquei sabendo que neste sábado, 4, todos os adolescentes internados naquela unidade estavam sendo ouvidos pelo juiz da Infância e Adolescência. Isso prova, então, que meu filho foi espancado pelos próprios colegas de cela”, afirmou a mãe.
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