Edson Carlos Ambrósio Saldanha foi apresentado pela mãe à coordenadora do Centro de Atendimento ao Cidadão do MPE, advogada Nazaré Gadelha. Em virtude da situação do rapaz, que apresentava marcas de espancamento por todo corpo e tinha dificuldade em se expressar, ela acionou atendimento médico de urgência.
De acordo com Maria Ambrósio, Edson foi abordado pela polícia por volta de 23h da última terça-feira (30/11), quando caminhava em direção a sua residência, na ladeira do Bola Preta, na companhia de outros dois jovens. Ela admite que o filho é dependente químico, mas também sabe que isso não autoriza a polícia a agir de forma truculenta.
“Quero saber do Estado onde estão os meus direitos de cidadã e de mãe. Eles já mataram a minha filha, agora querem fazer o mesmo com o meu filho. Quero saber do governador porque não colocam gente humana na polícia”, questiona indignada.
Maria Ambrósio informou ao MPE que o filho foi agredido por cerca de oito policiais, cinco deles estariam numa viatura e três conduzindo motocicletas. A maioria das pancadas, segundo ela, foram na região da cabeça. A dona-de-casa teme que o filho fique com seqüelas em virtude das pancadas. “Sei que o meu filho não será o mesmo depois disso, quero Justiça”, suplicou.
Ao chegar à delegacia, Edson revelou que foi tirado com violência do veiculo e jogado no chão, de forma humilhante. O caso será tratado durante audiência agendada para o dia 3 de dezembro, na 1ª Vara do Juizado Criminal Especial de Rio Branco. Após colher por termo as declarações da mãe e da vítima, Nazaré Gadelha, os encaminhou à Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial para adoção das medidas necessárias em aos acusados.
Ofícios, comunicando o caso, também foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Militar e à Defensoria Pública do Estado. Além de punição na esfera penal, a mãe já manifestou o interesse de ingressar com ação por danos morais e materiais contra o Estado.
Responsabilidade será apurada, assegura comandante da PM
O comandante da Polícia Militar, coronel Romário Célio, informou por telefone que, todas as denúncias feitas contra policiais militares são devidamente apuradas e com este caso não será diferente.
Segundo ele, se realmente for confirmada a denúncia, os acusados serão responsabilizados na forma da lei, mas tudo isso dentro do devido processo legal.
As denúncias envolvendo policiais militares são apuradas mediante inquérito instaurado pela Corregedoria da PM. Isso não obsta, entretanto, que outras linhas de investigação sejam adotadas, como é o caso da atuação do MPE mediante a Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial.
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