O presidente da Bolívia, Evo Morales, tem virtualmente garantida sua reeleição até 2015, já que conta com 55% das intenções de votos para as eleições de domingo, conforme indica uma pesquisa da Ipsos Apoyo Opinión y Mercado divulgada nesta segunda-feira, 30.
O levantamento, publicado pelo diário La Razón, indica que o boliviano mantém o primeiro lugar nas intenções de votos com grande diferença para os demais candidatos. Morales, que em seus primeiros quatro anos de governo aplicou uma política de conteúdo indígena e estatista, tem 36 pontos percentuais de diferença para seu adversário mais próximo, Manfred Reyes Villa, candidato de direita.
De acordo com a pesquisa, Reyes Villa, principal candidato opositor e ex-capitão do Exército, tem 18% de intenções de voto. Em seguida está Samuel Doria Medina, empresário com 10% das intenções de voto, seguido pelo socialista René Joaquino, ex-prefeito de Potosí, com 2%.
O instituto de pesquisas disse que o apoio a Morales cresceu 3 pontos percentuais em novembro, enquanto a popularidade de Reyes Villa caiu 3 pontos.
Todas as pesquisas recentes mostram uma clara liderança de Morales, que precisa de mais de 50% dos votos para evitar o segundo turno, ou 40% dos votos com uma liderança de 10 pontos sobre o segundo colocado.
A Ipsos Apoyo entrevistou 2.980 eleitores registrados em nove regiões do país entre 14 e 22 de novembro. A pesquisa tem margem de erro de 1,8 ponto percentual, de acordo com o La Razon.
O presidente
Morales, o primeiro líder indígena da Bolívia, nacionalizou empresas de telecomunicações, mineração e energia no primeiro governo e prometeu aumentar o papel do Estado na economia se obtiver a reeleição no domingo. Desfrutando de forte apoio da população indígena, que é maioria na Bolívia, Morales obteve vitórias esmagadoras num referendo revogatório em agosto do ano passado e num referendo de janeiro que mudou a Constituição a fim de permitir que ele concorresse à reeleição. Assim como os presidentes Hugo Chávez da Venezuela e Rafael Correa do Equador, Morales pressionou por reformas constitucionais para estender o limite de seu mandato. Partidários do presidente conservador da Colômbia, Álvaro Uribe, também buscam reformar a Constituição para permitir um terceiro mandato, embora Uribe não tenha deixado claro se concorreria de novo. Índio aymara que cuidou de lhamas quando criança, Evo Morales prometeu manter a distribuição de receitas estatais aos pobres por meio de subsídios e investir fortemente em estradas, hidroelétricas, hospitais e escolas.
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