No Estado do Acre, aproximadamente 200 mil pessoas estão pagando multas mensais a empresas de telefonia, operadoras de cartões e empresas que disponibilizam boletos bancários via Correio, uma quantia que daria, para movimentar o comércio de Rio Branco, por várias semanas”, comenta o deputado Walter Prado (PDT) sobre estimativa feita com base em dados fornecidos por bancos nós últimos meses. “A população do Estado paga mensalmente a quantia de R$ 4 milhões em multas por atraso, engordando o faturamento exorbitante das operadoras de telefonia do País, que possuem a tarifa de serviço mais salgada do mundo”, acrescenta o parlamentar.A situação de atraso das entregas dos Correios começou após a rescisão do contrato com a empresa Beta, considerada inidônea pela administração central dos Correios, que tentou um contrato aditivo como a empresa Total, mas o acordo não se concretizou, ficando as rotas de Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Acre sem logística de transporte de cargas e correspondências.A direção central do Correios realizou uma licitação no mês de dezembro para tentar resolver o problema, mas a empresa vencedora colocou o preço 20% acima do valor de referência, travando mais uma vez o processo, e como conseqüência atrasando todas as entregas de dezembro, provocando acumulo e atraso superior a 10 dias nas entregas das encomendas e faturas via serviço postal.O Estado recebe diariamente 80 mil objetos, entre cartas, encomendas e faturas, mas com os constantes atrasos as cargas se acumulam e, quando chegam ao Acre o volume dobra e muitas vezes triplicam, levando a estrutura dos Correios a um colapso pelo excesso de entregas.Falta de estruturaSegundo funcionários da área administrativa dos Correios, no Acre a estrutura atual de 25 carros e 70 motos, é uma das melhores da região, mas os problemas com o transporte até de cargas vem prejudicando os trabalhos desenvolvidos nas cidades acrianas.No mês de janeiro uma comissão enviada pela administração central dos Correios passou uma semana fazendo um levantamento dos problemas no Acre e, constatou qu problemas não estavam relacionados aos serviços prestados pela regional do Estado, mas pelas longas distâncias e a ausência de uma empresa para fazer o transporte das encomendas a partir de Brasília. O problema, segundo a comissão, seria resolvido se uma aeronave fosse disponibilizada para fazer o transporte das cargas até o Acre.Funcionários sofrem pressão de usuáriosO atraso das encomendas via Sedex faz com que usuários do serviço pressionem os funcionários que fazem as entregas, o que segundo alguns servidores deixam a categoria sobressaltada pela cobrança excessiva de uma obrigação que não é da regional do Acre. A direção dos Correios no Estado esclarece que todas as demandas locais são cumpridas e que a situação ficou caótica pela falta de contrato com uma empresa que faça o transporte das encomendas até o Estado.Outro ponto observado é que o mercado brasileiro não tem aeronaves suficiente apara atender a demanda de transporte de cargas. As encomendas para o Acre chegam atualmente a Porto Velho, no estado vizinho de Rondônia via terrestre, mas só a partir daí é que a administração regional dos Correios no Acre tem um contrato aéreo até a capital Rio Branco.O atraso é ocasionado pela falta de empresa operando via aérea no trecho de Brasília ao Acre. Segundo funcionários das agências postais, a única maneira de voltar à normalidade seria a volta da empresa Beta, que durante anos ofereceu a logística necessária para o transporte de cargas e encomendas dos Correios.Uma parte das encomendas é despachada pelas empresas Gol e TAM para o Acre, mas este serviço só é possível quando não prejudica o transporte das cargas dos passageiros e dos serviços de entrega das próprias empresas.A parceria com a FAB poderia amenizar o problema, mas como todas as soluções tentadas o acordo se arrasta em vias burocráticas, prejudicando os serviços de uma das empresas estatais, que chegou ser modelo de gestão. Os correios por anos gozaram de levado prestígio junto à população, fato que foi colocado em xeque, com alguns escândalos na esfera nacional, abalando consideravelmente a credibilidade da instituição.Deputado faz apelo para resolver o problemaO deputado Walter Prado (PDT) vem recebendo várias reclamações e pedidos para que procure a bancada federal do Acre pedindo a mobilização dos parlamentares em torno do problema dos Correios no Estado. Segundo parlamentar o primeiro passo será apresentar um requerimento via Assembleia Legislativa do Acre ao presidente nacional dos Correios, Carlos Henrique Custódio, informando sobre os problemas enfrentados pelos serviços postais a nível estadual. “Em primeiro lugar apresentarei o problema ao presidente nacional dos Correios informando das dificuldades de logística, para o transporte das encomendas até nosso Estado”, diz o parlamentar.Segundo Walter Prado, o Ministério Público Federal do Acre (MPF-AC), já acionou a direção regional dos Correios para achar uma solução. “Mas todo apoio é importante no momento, prinipalmente o apoio político, que se faz necessário para não penalizar a população com um problema institucional”, afirma o deputado, que vai levar o problema ao conhecimento da bancada federal do Acre para que entre na luta em defesa dos direitos dos usuários dos serviços postais.“O dinheiro pago em multas pelos atrasos dos Correios movimentaria a economia no comércio de Rio Branco por várias semanas. A população engorda o faturamento das empresas de telefonia e operadoras de cartão de crédito com os constantes atrasos, tirando dos comércios acreanos uma importante receita”, afirma Prado.O caos nos serviços postais será relatado em um documento elaborado por Walter Prado e será enviado a bancada federal e aos senadores do Acre pedindo o envolvimento dos representantes a nível federal na solução do problema. No documento o parlamentar dá como sugestão o envolvimento da FAB cedendo um avião enquanto o contrato com uma nova empresa seja celebrado pela administração central dos Correios. (Ray Melo)
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