A greve dos funcionários da Vigher virou caso de polícia na manhã de ontem, depois de o gerente da empresa, Reginaldo Vieira, ter dado queixa de que os trabalhadores estariam realizando um apitaço em frente ao estabelecimento, impedindo o funcionamento.
Para ouvir a categoria, o delegado do primeiro distrito de polícia, Leonardo Santa Bárbara, mandou quatro viaturas para o local da manifestação, recolhendo todos os acusados de realizarem a paralisação.
Na delegacia, o representante da Vigher foi confrontado com o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Arnaldo Matos, e acabou sendo obrigado a retirar a queixa.
A desculpa para a ação policial foi que os funcionários estariam infringindo o artigo 200 que proíbe que grevistas impeçam por meio de violência a entrada de trabalhadores na empresa, o que acabou não sendo constatado.
“Não prendemos os trabalhadores, apenas decidimos fazer uma convocação para que todos pudessem depor”, disse o delegado.
O sindicalista aproveitou para afirmar que procurará seus direitos por ter sido vítima de uma denúncia falsa.
“Esse é um caso que já foi levado à superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego e para o Ministério Público do Trabalho. O caso não é de polícia, por isso vou procurar meus direitos”,afirmou Arnaldo Matos.
Os seguranças estão em greve desde dezembro, pois estão há dois meses sem receber salários, faltando ainda o décimo terceiro e os direitos trabalhistas firmados em anos anteriores, como, por exemplo, o vale-alimentação.
“A greve continua, pois nossos salários não estão sendo pagos. Eles ainda deixaram de pagar a rescisão contratual de trabalhadores demitidos”, protestou o presidente do sindicato.Além da denúncia da falta de salários, a categoria encaminhou para a Polícia Federal um documento afirmando que a empresa não realizou o curso de reciclagem, treinamento obrigatório para os funcionários.
O gerente da empresa, Reginaldo Vieira, saiu pela porta dos fundos da delegacia, preferindo não conceder entrevista. (Freud Antunes)
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