Governador diz que não tem intenções a cargo políticos e que sua administração não teve marca própria
Quando o professor Binho Marques repassar a faixa governamental ao seu sucessor, Tião Viana, na madrugada do dia 1º de janeiro, serão completados exatamente 12 anos de governo da Frente Popular do Acre. Mas diferente das duas primeiras administrações de Jorge Viana, a de Binho não “teve uma marca própria”, segundo a avaliação do próprio governador, em entrevista ao jornalista Rutemberg Crispim, interino no programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta, na noite desta terça-feira, 28.
Discreto e analítico como sempre, Binho deixará o Governo do Estado com nenhum interesse a cargos eletivos no futuro -- nem para prefeito em 2012 --, mas com o sentimento de que deverá ajudar as instituições públicas, por meio de uma organização não governamental, depois que doutorar-se em Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Brasília.
“O nosso Governo não teve uma marca própria. Foi um Governo que tudo tinha que fazer. Por isso, é um governo difícil de traduzir e de entender. Costuma-se rotular os governos como aquele da estrada, o outro da educação, mas o nosso, embora não tenha tido uma marca, é uma síntese dos demais da Frente Popular do Acre. Atuou em todas as áreas. Aliás, esses três governos (da FPA) foram um governo único, sem distinção”, analisa Binho Marques.
Embora tenha sido rotulada como a administração que mais fez obras proporcionalmente em relação às anteriores da Frente Popular do Acre, acredita que o governo de Jorge Viana -- eleito senador agora em 2010 --, foi o mais importante deles. “Ele tirou o Acre das dívidas e atuou num momento importante, ao combater o esquadrão da morte”.
Mas logo cuida de mencionar o seu: “Esse governo fez mais obras de que qualquer outro governo proporcionalmente e um dos fatores que menciono como característica nossa é que fechamos a torneira para jovens na marginalidade”.
“A cada dia diminuiu mais o número de jovens com menos idade nas penitenciárias e isso se deve aos programas de inclusão social”, diz o governador. Estas declarações parecem ter sido uma resposta a alguns segmentos sociais que afirmam que a população carcerária no Acre aumentou e tornou-se cada vez mais jovem desde os anos iniciais das administrações da FPA.
“Assumimos no meio de um regime de progressão de penas, fizemos concurso, entre eles, para a Polícia Civil e acredito que este é o caminho para que tenhamos uma segurança mais atuante e compromissada com o zelo pela população”.
Binho sai do Governo do Estado para fazer doutorado na UnB em Desenvolvimento Sustentável com a popularidade em alta. Pesquisa Ibope encomendada pela sua administração mostra que 82% dos entrevistados se disseram estar felizes com a sua administração. Outros 72% aprovaram o governo. Agora, pretende voltar ao Acre para contribuir por meio de uma ong que possa subsidiar os governos futuros com indicadores sociais e sustentáveis.
“Precisamos atualizar sonhos. Precisamos sonhar com mais ousadia e agradeço imensamente o apoio das pessoas à minha administração, muitas que nem me conheciam pessoalmente, e àquelas que também me criticaram”.
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