No primeiro dia do Vestibular, reclamações e prisões


Um professor do curso Aprovação, que cobrava explicações para a saída de candidatos que tinham lido a prova, chegou a ser preso pela PF


O primeiro dia do Vestibular 2011 foi marcado por reclamações e prisões. Vários candidatos foram impedidos de fazer as provas porque chegaram atrasados ou estavam com documentação vencida. Uma mulher - que tentou entrar no Campus da Ufac para levar o documento para a filha - e um professor do curso aprovação - que contestou ação de fiscais na Uninorte - foram presos.

Muitos candidatos reclamaram que os portões foram fechados antes do horário previsto no edital. No Campus da Ufac, uma mulher foi detida por agentes da Polícia Federal. Ele entrou sem permissão, depois do fechamento do portão, com a intenção de levar um documento para a filha, que tentava fazer prova.

Ela foi levada para a superintendência da Polícia Federal. Os delegados não quiseram falar sobre o caso. Mas de acordo com informações de agentes, ela foi presa por desobediência.

Enquanto os fiscais entregavam as provas, no portão da Ufac e de outros locais, onde as provas estavam sendo aplicadas, dezenas de candidatos reclamavam e se organizavam para ir ao Ministério Público Federal (MPF) pedir ajuda.

"Minha identidade está com a validade vencida, mas é meu documento. Não fiquei atento para isso, mas faltou bom senso por parte da Ufac. Além disso, quando chegamos aqui, tinha um ônibus parado que causou um grande congestionamento. Os próprios fiscais dificultaram a entrada dos candidatos", desabafou a candidata Gleiciane Araújo.

Prisão e denúncias de irregularidades

Na Uninorte, vários candidatos também foram impedidos de fazer as provas. Alguns chegaram, inclusive, a ler as questões. Eles ameaçavam divulgar as questões na internet, antes mesmo do término das provas.

"Entrei na sala, apresentei minha documentação e somente quando já estava lendo a prova é que o fiscal disse que eu não poderia fazer o Vestibular, pois minha documentação estava vencida", disse a candidata Adriana Aguiar, que fazia prova na sala 46, do bloco D, na Uninorte.

Outro problema é que candidatos flagraram fiscais que foram comprar água em um veículo que estava fora das dependências da Uninorte, logo após o início das provas. "Nós lemos a prova e depois fomos obrigados a sair da sala. Quando chegamos aqui fora flagramos fiscais transitando normalmente, mesmo depois do início das provas. Isso é uma atitude muito estranha", disse a candidata Raiana Lima.

O professor de química, do curso Aprovação, Dário D'Angelis, foi preso por agentes da Polícia Federal. Junto com candidatos ele exigia a presença de um coordenador para explicar a atitude dos fiscais.

"Quero apenas que expliquem essa atitude. Como eles entregam as provas e depois mandam os candidatos saírem da sala? A prova foi lida por esses candidatos e isso não pode. Vamos divulgar um gabarito na internet. Outra coisa, fiscais foram vistos saindo para comprar água, após o início da prova", argumentava o professor.

Dário D'Angelis e alguns candidatos cobravam explicações, quando chegaram dois delegados da Polícia Federal. Depois de algumas contestações, o professor foi preso. "Lamentável isso. Estamos apenas apontando um erro. A Polícia Federal tem que saber que somos pessoas civilizadas e não bandidos", disse o diretor do curso Aprovação, Gilberto Hadad.

Ele se referia à forma brutal como o professor foi colocado dentro da viatura da Polícia Federal. Um agente chegou a empurrar Dário D'Angelis que por pouco não caiu no chão.

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