Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que não tem dinheiro para resolver a situação dos índios em Sena Madureira. O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realizou um estudo no município e constatou que mais de 130 índios vivem na cidade. Uma das principais causas do abandono das aldeias é a aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedida aos índios idosos.Quando eles vêm à cidade buscar o dinheiro, muitos não conseguem voltar, pois os gastos com a viagem chegam a ser até maiores do que o próprio salário mensal que recebem. O resultado é que nos últimos dois anos, índios das tribos Jaminawa, Huni kui e kulina saíram das aldeias para Sena Madureira, onde moram em barcos, às margens do rio Iaco, ou em barracos feitos de sacos de lixo e papelões, sem o mínimo de estrutura de saneamento básico.Com isso, os índios deixam o cartão de recebimento do benefício com os comerciantes da cidade – o que funciona como garantia para pagar dívidas. Segundo o coordenador do Cimi, Lindomar Padilha, por falta de trabalho e dinheiro as famílias indígenas ficam vulneráveis, principalmente as crianças e adolescentes índios, que acabam sendo explorados sexualmente.O transporte de volta às aldeias é oferecido pela Funai aos índios, para que o dinheiro do benefício do INSS não seja gasto todo com a viagem. Mas isso só ocorre quando o órgão do governo tem dinheiro. No ano passado, a instituição perdeu R$ 5000 do orçamento previsto. Neste ano, não há previsão de recurso.
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