Amigos e familiares se despedem do professor “Não desejo nenhum mal a eles, quero que Deus os perdoem, que paguem por o que fizeram para que não venham a fazer isso com outra pessoa, para que nenhuma mãe passe por o que estou passando; não sei como irei viver agora”. Assim Natália Maria Soares de Oliveira, 79, se refere aos assassinos de seu filho único, Marcos Afonso Soares, 46. Mostrando bastante serenidade, as últimas forças dela acabaram quando o caixão do professor chegou à Capela São João Batista na manhã deste sábado, 24.
Ali foi o local onde familiares, amigos e alunos de Marcos foram dar o último adeus ao “maluco-beleza”, como ele era chamado carinhosamente por seus alunos, por viver uma vida despojada, sem tempo feio e sempre ter uma brincadeira. No velório os sentimentos de indignação e revolta pela forma bárbara como Marcos foi executado tomaram de conta do ambiente. O pedido era um só: Justiça. Natural de Brasiléia, Marcos Afonso Soares nasceu em 10 de março de 1963 e era evangélico da Igreja Batista do Bosque. Formou-se em Biologia pela Universidade Federal do Acre. Um de seus alunos foi o hoje secretário de Articulação Política da Prefeitura de Rio Branco, Márcio Batista. Ele lembra muito bem dos tempos de sala de aula. Estudava no Instituto de Educação Lourenço Filho, que funcionava onde atualmente é o Colégio Heloísa Mourão Marques.
Lecionava a extinta disciplina OSPB (Organização Social e Política Brasileira), herança do governo militar. Mas as idéias de Marcos não condiziam com a dos generais. “Ele agia como um sociólogo, sempre procurando mostrar a realidade social. Tinha ideais da esquerda, pregava o socialismo, acreditava na revolução armada”, recorda Batista, filiado ao Partido Comunista do Brasil. Mas nos inícios dos anos 1990 ele deixou o marxismo de lado e abraçou a causa ambiental. Organizou a fundação do Partido Verde em Rio Branco. Foi assessor parlamentar do então vereador Júlio Eduardo, o Doutor Julhinho, entre 1992 e 1996. Esse foi o único cargo político exercido por ele. Dedicou sua vida aos estudos. Fez o mestrado na área de administração em La Paz. Ele não parou por aí. Decidiu realizar o doutorado em Desenvolvimento Sustentável na Venezuela, e teve o diploma reconhecido esse ano pelo Ministério da Educação. “O sonho dele era ir para a África desenvolver projetos na área social”, diz Sebastiana Soares, tia de Marcos. A análise feita pelos amigos sobre a personalidade dele é uníssona. Companheiro, extrovertido, brincalhão, inteligente, conselheiro, querido, despojado... “Não há como descrever o Marcos, a ficha ainda não caiu”, lamenta o colega Albino Torres, também professor da Uninorte. Para Torres, a forma covarde como Marcos foi morto é o mais revoltante. “Ele era um cara incapaz de matar em um inseto, pacato”. Uma das paixões dele era a botânica.Sua casa era cercada por plantas e árvores. O buraco onde os assassinos o enterraram tinha sido cavado por ele para plantar um pé de buriti. Marcos ia ajudar Torres a escrever seu projeto de mestrado. Mas a fatalidade o impediu. “Em sala de aula ele queria que nós não apenas absolvêssemos aquilo que ensina, mas que também pudéssemos expressar o aprendizado”, diz Kleiver Nascimento, um dos alunos que foi se despedir do mestre. “Ele era um cara muito sábio, de boa índole, sabia o que estava nos ensinando. Sempre fazia mesas redondas de debates dentro de sala, queria que mostrássemos nossas opiniões, nos incentivava a estudar para alcançar sempre o melhor”, diz Marinilson Vasconcelos, estudante de Educação Física da Uninorte, e que tinha Marcos como docente. O professor iria ajudar a coordenação na fase de reconhecimento do curso junto ao MEC. Marcos Afonso deixa duas filhas: Iana de Oliveira, 17, e Liviane de Oliveira, 18. Ele estava em seu segundo casamento, e um de seus sonhos era terminar a construção da casa onde foi morto. Não queria mais ter filhos para poder viajar sem preocupações para a África. Os sonhos e os planos dele foram interrompidos na última terça-feira (20) pela ganância e crueldade humanas
Ali foi o local onde familiares, amigos e alunos de Marcos foram dar o último adeus ao “maluco-beleza”, como ele era chamado carinhosamente por seus alunos, por viver uma vida despojada, sem tempo feio e sempre ter uma brincadeira. No velório os sentimentos de indignação e revolta pela forma bárbara como Marcos foi executado tomaram de conta do ambiente. O pedido era um só: Justiça. Natural de Brasiléia, Marcos Afonso Soares nasceu em 10 de março de 1963 e era evangélico da Igreja Batista do Bosque. Formou-se em Biologia pela Universidade Federal do Acre. Um de seus alunos foi o hoje secretário de Articulação Política da Prefeitura de Rio Branco, Márcio Batista. Ele lembra muito bem dos tempos de sala de aula. Estudava no Instituto de Educação Lourenço Filho, que funcionava onde atualmente é o Colégio Heloísa Mourão Marques.
Lecionava a extinta disciplina OSPB (Organização Social e Política Brasileira), herança do governo militar. Mas as idéias de Marcos não condiziam com a dos generais. “Ele agia como um sociólogo, sempre procurando mostrar a realidade social. Tinha ideais da esquerda, pregava o socialismo, acreditava na revolução armada”, recorda Batista, filiado ao Partido Comunista do Brasil. Mas nos inícios dos anos 1990 ele deixou o marxismo de lado e abraçou a causa ambiental. Organizou a fundação do Partido Verde em Rio Branco. Foi assessor parlamentar do então vereador Júlio Eduardo, o Doutor Julhinho, entre 1992 e 1996. Esse foi o único cargo político exercido por ele. Dedicou sua vida aos estudos. Fez o mestrado na área de administração em La Paz. Ele não parou por aí. Decidiu realizar o doutorado em Desenvolvimento Sustentável na Venezuela, e teve o diploma reconhecido esse ano pelo Ministério da Educação. “O sonho dele era ir para a África desenvolver projetos na área social”, diz Sebastiana Soares, tia de Marcos. A análise feita pelos amigos sobre a personalidade dele é uníssona. Companheiro, extrovertido, brincalhão, inteligente, conselheiro, querido, despojado... “Não há como descrever o Marcos, a ficha ainda não caiu”, lamenta o colega Albino Torres, também professor da Uninorte. Para Torres, a forma covarde como Marcos foi morto é o mais revoltante. “Ele era um cara incapaz de matar em um inseto, pacato”. Uma das paixões dele era a botânica.Sua casa era cercada por plantas e árvores. O buraco onde os assassinos o enterraram tinha sido cavado por ele para plantar um pé de buriti. Marcos ia ajudar Torres a escrever seu projeto de mestrado. Mas a fatalidade o impediu. “Em sala de aula ele queria que nós não apenas absolvêssemos aquilo que ensina, mas que também pudéssemos expressar o aprendizado”, diz Kleiver Nascimento, um dos alunos que foi se despedir do mestre. “Ele era um cara muito sábio, de boa índole, sabia o que estava nos ensinando. Sempre fazia mesas redondas de debates dentro de sala, queria que mostrássemos nossas opiniões, nos incentivava a estudar para alcançar sempre o melhor”, diz Marinilson Vasconcelos, estudante de Educação Física da Uninorte, e que tinha Marcos como docente. O professor iria ajudar a coordenação na fase de reconhecimento do curso junto ao MEC. Marcos Afonso deixa duas filhas: Iana de Oliveira, 17, e Liviane de Oliveira, 18. Ele estava em seu segundo casamento, e um de seus sonhos era terminar a construção da casa onde foi morto. Não queria mais ter filhos para poder viajar sem preocupações para a África. Os sonhos e os planos dele foram interrompidos na última terça-feira (20) pela ganância e crueldade humanas
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