Crianças de até 3 anos de idade utilizam facas afiadas para descascar mandioca, bebês de colo são criados praticamente dentro das casas de farinha, expostos as altas temperaturas dos fornos. A prática é uma cultura que persiste há décadas e os programas sociais não conseguem ter controle sobre a imensa região que tem centenas de casas de farinha espalhadas na zona rural.
A qualidade da farinha de Cruzeiro do Sul é reconhecida nacionalmente, a maioria dos moradores da zona rural vive da venda do produto que é a principal atividade econômica do município. Mas o beneficiamento final da farinha envolve um longo processo. Tudo começa com o desmatamento de uma área, plantio e manutenção da plantação até a colheita da mandioca. O negócio não é rentável para quem produz, não existe uma política consistente de incentivo aos produtores que são obrigados a entregar produtos nas mãos de atravessadores, a maioria trabalha apenas para sobreviver.
A condição de vida de muitas famílias produtoras de farinha não permite a contratação de trabalhadores. Ao mesmo tempo em que fabricam o produto, cuidam dos filhos. Aqueles que já estudam, dividem a jornada diária entre à escola e a lida nas casas de farinha. Crianças são levadas aos roçados e muitas utilizam facas afiadas para descascar a mandioca. Alguns bebês deitados em redes choram ao ouvir o barulho dos motores. Outras tão novas que ainda utilizam chupetas usam facas pontiagudas, sem ter idéia dos riscos que correm.
Durante a reportagem, uma mãe na comunidade Santa Maria, BR 307, ocupava um dos braços trabalhando no processo de secagem da farinha, enquanto outro segurava a filha de um ano, exposta a alta temperatura do forno. O chefe da família, disse que não resta opção, até hoje não foram alcançados pelos programas sociais e os filhos não têm com quem ficar. "Eu sou pobre, nós temos que trabalhar e não vejo a hora dos meus filhos crescerem para me ajudar", revela o produtor que não pode ter o nome revelado.
A Delegacia Regional do Trabalho no Acre atua em um processo de fiscalização e conscientização, mas o problema é complexo. Para a maioria das autoridades, o envolvimento das crianças no trabalho virou cultura, mas a realidade precisa ser mudada. O Ministério Público do Trabalho propôs ao prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, a assinatura de um termo de ajustamento de conduta na seguinte condição: Depois que houvesse uma nova vistoria e menores fossem encontrados trabalhando, o prefeito seria penalizado com multa diária, Vagner Sales não assinou o termo. Ele disse que não concorda com o que diz o termo, que menores de 18 anos não poderiam trabalhar. "Isso é um absurdo, crianças pequenas tudo bem, mas jovens de 17 anos que em muitos casos já são pais de família, não poder trabalhar, só quem não conhece a realidade daqui", diz o prefeito. Vagner Sales disse que quanto às crianças, já existe um trabalho da Secretária de Assistência no sentido de conscientizar às famílias.
Vanda de Oliveira, que é coordenadora do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) que foi unificado ao Bolsa Família, também entende que o problema é cultural, e ressalta que o Programa atua em parceria com o Ministério Público do Trabalho na fiscalização. Ela considera que já houve avanços e explica que nos casos de real pobreza, a medida é cadastrar a família nos programas sociais e dar os devidos acompanhamentos. Nos outros casos, os órgãos de proteção às crianças e adolescentes serão acionados.
A qualidade da farinha de Cruzeiro do Sul é reconhecida nacionalmente, a maioria dos moradores da zona rural vive da venda do produto que é a principal atividade econômica do município. Mas o beneficiamento final da farinha envolve um longo processo. Tudo começa com o desmatamento de uma área, plantio e manutenção da plantação até a colheita da mandioca. O negócio não é rentável para quem produz, não existe uma política consistente de incentivo aos produtores que são obrigados a entregar produtos nas mãos de atravessadores, a maioria trabalha apenas para sobreviver.
A condição de vida de muitas famílias produtoras de farinha não permite a contratação de trabalhadores. Ao mesmo tempo em que fabricam o produto, cuidam dos filhos. Aqueles que já estudam, dividem a jornada diária entre à escola e a lida nas casas de farinha. Crianças são levadas aos roçados e muitas utilizam facas afiadas para descascar a mandioca. Alguns bebês deitados em redes choram ao ouvir o barulho dos motores. Outras tão novas que ainda utilizam chupetas usam facas pontiagudas, sem ter idéia dos riscos que correm.
Durante a reportagem, uma mãe na comunidade Santa Maria, BR 307, ocupava um dos braços trabalhando no processo de secagem da farinha, enquanto outro segurava a filha de um ano, exposta a alta temperatura do forno. O chefe da família, disse que não resta opção, até hoje não foram alcançados pelos programas sociais e os filhos não têm com quem ficar. "Eu sou pobre, nós temos que trabalhar e não vejo a hora dos meus filhos crescerem para me ajudar", revela o produtor que não pode ter o nome revelado.
A Delegacia Regional do Trabalho no Acre atua em um processo de fiscalização e conscientização, mas o problema é complexo. Para a maioria das autoridades, o envolvimento das crianças no trabalho virou cultura, mas a realidade precisa ser mudada. O Ministério Público do Trabalho propôs ao prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, a assinatura de um termo de ajustamento de conduta na seguinte condição: Depois que houvesse uma nova vistoria e menores fossem encontrados trabalhando, o prefeito seria penalizado com multa diária, Vagner Sales não assinou o termo. Ele disse que não concorda com o que diz o termo, que menores de 18 anos não poderiam trabalhar. "Isso é um absurdo, crianças pequenas tudo bem, mas jovens de 17 anos que em muitos casos já são pais de família, não poder trabalhar, só quem não conhece a realidade daqui", diz o prefeito. Vagner Sales disse que quanto às crianças, já existe um trabalho da Secretária de Assistência no sentido de conscientizar às famílias.
Vanda de Oliveira, que é coordenadora do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) que foi unificado ao Bolsa Família, também entende que o problema é cultural, e ressalta que o Programa atua em parceria com o Ministério Público do Trabalho na fiscalização. Ela considera que já houve avanços e explica que nos casos de real pobreza, a medida é cadastrar a família nos programas sociais e dar os devidos acompanhamentos. Nos outros casos, os órgãos de proteção às crianças e adolescentes serão acionados.
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