Abuso e violência sexual são cada vez mais freqüentes em Cruzeiro do Sul.


Uma criança de 11 anos que já vinha sofrendo abusos em uma comunidade rural está grávida e vai receber atendimento, em uma casa de apoio do Projeto Vida Nova, mantido pela Petrobras. Outra vítima de abuso sexual foi identificada em um bairro periférico da cidade, uma adolescente de 13 anos, está grávida de gêmeos e também vai receber ajuda por determinação do Juizado da Infância e da Juventude.

Em 2008, 656 crimes contra crianças e adolescentes foram registrados em Cruzeiro do Sul, conforme dados do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Entre 2008 e 2007 quase quatrocentos casos de abuso e exploração sexual contra menores chegaram ao conhecimento das autoridades. Para a presidente do Conselho, Milca dos Santos, as pessoas estão mais conscientes e fazem um maior número de denúncias dando, condições para as instituições de proteção atuar tanto punindo os criminosos, como protegendo as vítimas.

O projeto Vida Nova, mantido pela Petrobras, atende vítimas de abuso e exploração sexual. Numa casa estilo colonial com amplo espaço, as 17 meninas hoje internadas, recebem ajuda médica, psicológica, cursos profissionalizantes e terapia ocupacional, como corte, costura, pintura e crochê. Pelo menos três delas estão grávidas, outra, com 16 anos de idade cuida da filha de 11 meses que nasceu dentro da casa. "Aqui ela é o xodó de todos. Estou feliz, quando sair daqui estarei pronta para viver e sustentar minha filha", comenta a adolescente.

As vítimas de abuso sexual são levadas todos os dias à escola. Já as que sofrem exploração, no momento não podem estudar. Segundo a coordenadora do Projeto, Monalyza de Oliveira Santos, essas meninas exploradas não têm consciência da gravidade do problema e acabam aceitando a ação dos exploradores.

Segundo o conselheiro tutelar, Adson Almeida, a maioria dos abusos é cometida por pessoas que tem convivência ou são parentes das vítimas. Grande parte dos casos é registrada na zona rural.

Segundo a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a realização de palestras em escolas tem contribuído para que muitos casos venham à tona. Após ouvirem os conselhos e os apelos dos palestrantes várias menores procuraram as autoridades para denunciar o que vem sofrendo.

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