Na última etapa anual do programa Assembléia aberta 18 dos 24 deputados estaduais chegaram na manhã da última quinta-feira ao município do Jordão, considerado um dos mais isolados do Estado. A sessão itinerante foi realizada no centro de Florestania no município onde centenas de pessoas da comunidade local se reuniram para assistir ao trabalho legislativo. “Esta é uma oportunidade única que a gente tem de ver os deputados e poder contar para eles das nossas dificuldades”, diz o agricultor Ricardo Faustino da Silva, que chegou ao centro de Florestania duas horas antes do início da sessão.Ouvir as reivindicações da comunidade local e da voz as comunidades, está é mola impulsora do programa Assembléia aberta, na opinião do presidente da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Edvaldo Magalhães. “Viemos aqui mais para ouvir do que para falar. Hoje estamos aqui para ouvir as reivindicações do município e para proporcionar um debate que renda bons resultados”, afirmou o presidente.O prefeito do município, Ilario Melo (PT), que compareceu a sessão da manhã de quinta-feira é da opinião que o programa Assembléia aberta é uma das mais salutares ações atual mesa diretora, mas também é da opinião que os moradores do Jordão precisam bem mais do que promessas distantes. “Sabemos que este é um dos mais importantes trabalhos feitos pela Assembléia. Sabemos o quanto é importante debater assuntos junto a comunidade, à população esta feliz em receber os deputados aqui e esperamos que daqui venha bons resultados”, disse um tranqüilo prefeito.O presidente da câmara municipal de vereadores do Jordão, Ademir, foi à sessão disposto a buscar soluções para os problemas da comunidade local e não exitou em levar debaixo do braço um abaixo assinado contendo 119 assinaturas pedindo ajuda política para que a regularização fundiária do município seja feita o mais breve possível. “Nós precisamos da influência política do senhor (referindo-se ao deputado Edvaldo Magalhães) para que seja feita a regularização fundiária no município. Quem sabe o deputado possa entregar este abaixo assinado ao superintendente da caixa econômica federal” pediu o presidente do parlamento mirim do Jordão.O “esforço político” feito pelo presidente da Aleac levou o tempo aproximado de dois minutos para que ela entrega-se o superintende da caixa econômica federal no Acre, o documento. Para Aurélio Cruz que estava no município há dois dias para conhecer a realidade local a maneira para que seja feita a regularização fundiária em parceria com os órgãos competentes será através do programa de modernização da gestão públicaMediante a possibilidade de conseguirem capacitação e ajuda para regularizar a situação fundiária do município os moradores ainda podem comemorar a futura instalação de um posto de atendimento bancário no Jordão. “Iremos implantar um posto de atendimento para que os moradores possam executar os serviços bancários aqui mesmo disse o superintendente. O que pode parecer pouco para quem mora em outros centros urbanos é muito para os moradores do Jordão que tem que se deslocarem às duras penas até o município de Tarauacá quando necessita deste tipo de atendimento.” Vai ser bom demais ter um banco aqui”, diz Raimundo Nonato de Holanda, 34 anos que assistia à sessão na manha de ontem.
Além de resolver questões que podem ser solucionadas de imediato a Aleac possui uma missão bem maior quando se trata deste programa e não podemos esquecer o nosso foco e nem esquecer de cobras os resultados disto aqui, é o que diz a deputada estadual Idalina Onofre (PPS). “É claro que este é um programa importante para o Acre por que nos aproxima da população, mas para que dê realmente certo é preciso ir além. É preciso cobrar resultados. É preciso ver os frutos”, diz.No afã de responder sobre os frutos do programa Assembléia aberta o presidente da mesa diretora faz questão de ressaltar que as demandas colhidas nestes municípios serão importantes para se desenhar a aplicação do orçamento para o próximo ano. “Não estamos aqui só para tirar foto. Temos uma missão. As demandas servirão para incluídas no orçamento do próximo ano. Gostamos de vir até as pessoas que nos elegeram, mas mais importante que isto é trazer solução para os problemas destas pessoas”, diz.O preço do isolamento“Chegar no Jordão é como chegar em algum lugar onde a porta só abre com tempo programado. Chegar é fácil. Difícil é sair”, diz o pastor da igreja Assembléia de Deus no município.A tese do religioso se constrói em cima do fato de que só se chega ao município através de transporte aéreo ou fluvial, ainda assim com alguma dificuldade.O vice-prefeito eleito para os próximos anos, Élson de Lima Farias, diz que o custo do isolamento não é apenas a solidão em que vive a população, mas que o filho deste isolamento é o alto custo de vida. “Tudo aqui custa caro, porque nada é daqui. Tudo que se consome aqui vem de Tarauacá e chega tudo caro para a população”, diz.Tarauacá é o que os moradores do Jordão chamam de “cidade mãe”, é de lá que vem a maior parte dos bens de consumo e é para lá que vão as pessoas da cidade em busca de atendimento médico. A passagem até Tarauacá custa 300 reais. A segunda opção de transporte é um pouco mais barato, porém mais sacrificada. “Dependendo da época do ano as pessoas levam 5 dias até Tarauacá, mas tem que aceitar isto porque não há alternativa. Vivemos no isolamento, diz Élson.O preço do isolamento não é medido apenas pela quantidade de dias que os moradores levam para chegar até a cidade mais próxima, mas também pelo preço dos produtos. Um litro de gasolina chega a custar 4, 30 e um butijão de gás 65, 00 reais. O dono gerente do único posto do Jordão, Francisco Naldo Ribeiro cidade que possui apenas seis automóveis não desanima pelo elevado preço e nem pelos poucos carros. “Pode ser que seja caro, mas chega caro para nós também. Não tenho medo de não vender não, porque os ribeirinhos precisam de diesel para colocar nos barcos. Eles precisam. Eu vendo”, diz.
Programa itinerante chega ao Jordão
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